História Cigana

Reza a lenda que o povo Cigano vivia feliz numa linda cidade no norte da Índia. Um dia, a cidade foi invadida e os Ciganos expulsos da cidade. Desde então tendem a vaguear pelo mundo à procura de outra cidade igual à sua.

A história da etnia Cigana é, talvez, das mais imprecisas e desconhecidas que atualmente temos. Isto deve-se ao preconceito que temos relativamente a esta minoria, bem como a não haver uma linguagem escrita neste povo. A sabedoria passa de geração em geração pela transmissão oral dos conhecimentos. O mais idosos são os representantes desta sabedoria cigana e venerados por isso.

Pensa-se que, de acordo com descobertas genéticas recentes, o povo Romani, vulgarmente chamado Cigano em Portugal e no Brasil, saiu da Índia cerca do século VI, tendo ficado no médio Oriente até ao século XIV, quando chega à Europa.

Na altura foram acusados pela Igreja Católica de serem descendentes de Caim e que foram eles que fizeram os pregos utilizados para crucificar Jesus. Durante estes séculos, os Ciganos foram convidados a sair de vários reinos e regiões europeias ou, caso contrário, seriam condenados à morte. Durante o século XVI, Portugal, país tradicionalmente mais humanista, deporta-os para as suas colónias.

No século XVII, Catarina a Grande, da Rússia considerou-os Escravos da Coroa, sendo uma espécie privilegiada de… servos. Mesmo assim, não poderiam entrar em alguns bairros da capital.

Depois de tanto carinho recebido na Europa, onde foram perseguidos, escravizados e, muitas vezes, enforcados, no século XIX muitos Ciganos viajam para as Américas, onde se estima que hajam cerca de 800 mil ciganos no Brasil e mais de um milhão no Canadá e Estados Unidos.

Cerca de 500 mil Ciganos arrepender-se-ão de não terem seguido o mesmo movimento quando foram exterminados pelos nazis em campos de concentração.

Poor Gypsy Circus – 19th century

As perseguições continuaram na Europa mesmo depois da Guerra, tanto em países comunistas como ocidentais e, mesmo nos dias de hoje, há racismo, descriminação e assassinatos ao povo Cigano.

As suas tradições passam de forma oral entre gerações e são vistas como antiquadas e tabu, por serem diferentes das dos povos com quem se encontram. As regras pelas quais vivem e formam a sua sociedade são muito antigas e, se achamos que algumas delas são desatualizadas, outras contém o saber e conhecimento que se foi perdendo nos países mais industrializados. Mas têm princípios onde a família, o respeito pela hierarquia e a honra são fundamentais. Possuem os seus próprios código de conduta e tribunais que determinam a sua vida em comunidade. As famílias, base das suas tradições, apoiam-se e interagem como uma grande comunidade. A honra, o respeito e a solidariedade são os pilares da lei cigana. Um código de conduta que lutam por manter ao mesmo tempo que procuram o seu espaço nos países onde vivem.

Em comunidade entreajudam-se e como família são unidos.

Atualmente, os Ciganos continuam a vaguear pelo Mundo, passando a sua cultura ancestral entre eles, à procura de outra cidade onde possam voltar a ser felizes.